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AVID Ingenium Plug&Play

AVID Ingenium Plug&Play

João Zeferino

10 maio 2025

Um AVID para (quase) todos


Audições

Quis o acaso que o AVID Ingenium Plug & Play tivesse chegado cá a casa quando se encontrava em audições o magnifico amplificador Orpheus Absolute A Four I200, de modo que foi com este que as diversas audições foram realizadas. O prévio de phono foi o Elac PPA-2 e as colunas as habituais Perlisten Audio S7t. A cablagem incluiu os cabos Kimber Select KS-1121 e Kubala-Sosna Fascination nas interligações analógicas e nas colunas os habituais Kimber Select KS-3033.

                                Lista de LP´s escutados


• G. Mahler - Sinfonia nº2 em Do menor «Ressureição, Heather Harper – Helen Watts, Coro e orquestra sinfónica de Londres, Sir. Georg Solti, DECCA
• B. Smetana - Má Vlast, Orq. Sinf. Radiodifusão Baviera, R. Kubelik, ORFEU
• Stravinsky – O pássaro de Fogo – Orq. Sinfónica da Rádio de Berlim – Lorin Maazel, DG
• Mike Oldfield - Crisis, Virgin Records
• Michel Camilo - Portrait, CBS Records
• Pink Floyd - The Final Cut, CBS Sony
• The Alan Parsons Project – Eye in the Sky, Polygram
• Frank Sinatra – Swingin’ Session, Jazz Wax Records
• Keith Jarrett -The Köln Concert – ECM Records
• Scorpions - Gold Ballads, EMI


Foto 5 AVID Ingenium

Para começar em grande, Mahler e a sua segunda sinfonia foram chamados, tendo as primeiras audições demonstrado desde logo um som muito estável, natural, um grave denso, bem recortado e com uma volumetria adequada e um registo agudo algo recuado, mas nada ostensivo, que confere, com algumas gravações, um caráter sombrio à reprodução musical. Dinâmica desenvolta e capaz de recriar crescendos de uma forma entusiasmante, mas sempre de um modo fluido e nada mecânico. Em termos de palco, percebe-se uma apresentação ligeiramente recuada, mas não tímida, apenas não nos atira o acontecimento à cara, antes convida à fruição natural da música.

Se a resolução fina não está exactamente ao nível do que estou habituado com o meu gira-discos residente, estou convencido que isso se deve mais à cabeça MC que habitualmente uso e a que estou muito habituado, uma Hana ML, de preço bem acima da que equipa o Ingenium, do que propriamente ao gira-discos. De facto, e embora o AVID seja proposto como um pack, nada obsta a que, de futuro, o seu utilizador possa melhorar o conjunto com a adição de uma cabeça de qualidade superior, sendo que o gira-discos me pareceu suficientemente robusto e revelador para justificar o investimento.

Foto 6 AVID Ingenium

Enquanto conjunto, o Ingenium apresenta um grave intenso, seguro e com um nível de detalhe muito honesto. Seja com Mahler, Scorpions ou Pink Floyd, é notável a sensação de coerência tímbrica e temporal nos registos graves, que lhes permite sustentar de uma forma firme uma gama média aberta e esclarecedora. O grave não é arrastado, molengão ou lento existindo um equilíbrio geral muito correcto em todos os naipes. Nota-se por vezes uma certa proeminência do médio grave sobre as frequências mais baixas, o que ajuda a conferir ataque e dinâmica muito bem-vindos à reprodução global das peças musicais, proporcionando-lhes movimento e nervo.

A gama média apresenta-se aberta, honesta e capaz de nos apresentar uma recriação espacial de grande nível, conseguindo projectar um palco largo, com bastante profundidade e sem zonas obscuras. Suportada por um registo grave muito sólido consegue manter um ritmo musical muito correcto, sem quaisquer atrasos temporais que poderiam obscurecer a notável clarividência da reprodução musical, numa performance global que pede meças a muitos projectos de preço bem superior ao deste AVID Ingenium.

Foto 7 AVID Ingenium

No registo superior do espectro, as vozes, o piano, flautas e metais foram muito bem resolvidos graças a uma impressionante combinação de clareza, rapidez e peso. O piano, nomeadamente no clássico Concerto de Colónia, de Keith Jarrett, revelou sempre uma notável riqueza harmónica, permitindo ouvir claramente os pormenores do martelo e o som da nota musical que se lhe segue, sem dar primazia à natureza mecânica do instrumento, antes permitindo seguir o natural decair das notas, numa experiência musical que nos transporta para a sala de concertos. A extensão e limpeza do registo agudo permitiu ainda perceber com total clareza o trabalho das escovas que percutem os pratos da bateria que soaram sempre recortados e etéreos, de apresentação ligeiramente recuada mas com um superior nível de clareza e detalhe.


Conclusão


Passada uma década desde o seu lançamento, o Ingenium continua a provar ser uma opção irresistível para todos os amantes de música que procuram um gira-discos de qualidade sem necessidade de empenhar um rim. Nesta sua mais recente iteração Plug&Play, o Ingenium acrescenta ao pacote original a facilidade de instalação, sendo que, mesmo utilizadores não experientes, conseguirão ter o gira-discos pronto a funcionar em 15 minutos. Se a isto somarmos um preço muito longe dos valores que habitualmente associamos à marca, temos então um produto vencedor e a merecer uma veemente recomendação.

Foto 8 AVID Ingenium


Especificações técnicas

Sistema de tracção Correia
Velocidades             33,3 e 45 r.p.m.
Prato                       MDF / 2.5 kg
Chumaceira             Invertida, em aço
Ponto de apoio       Carboneto de Tungsténio/Safira
Suspensão               Elastómero
Braço/Cabeça           AVID TA-1 / CA-1
Motor                       AC Síncrono
Dimensões               370x305x130 mm (LxCxA)
Peso                         5,9 kg
Preço                       1800 Euros
Representante         Exaudio