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Teste: Diptyque DP 140MkII

Teste: Diptyque DP 140MkII

Jorge Gonçalves

27 outubro 2023

A Diptyque elevou a fasquia uma vez mais e não vai ser nada fácil ultrapassá-la


E, com tanta emoção e sentimento, tinham que se seguir mais dois monstros sagrados, Charlie Haden e Pat Metheny, na faixa Our Spanish Song, a qual consta igualmente no disco Missouri Sky. Haden e Metheny são dois amigos que se apreciam de sobremaneira e, como tal, o resultado só poderia ser o que ouvi – um som simultaneamente profundo e redondo, a com Haden a demonstra uma vez mas porque é que Metheny o considera um dos melhores improvisadores de todos os tempos. Reproduzida através das Diptyque, esta é uma composição que faz seguramente lembrar a atmosfera e a beleza das grandes planícies americanas, com os sons atentos e claros do contrabaixo a irem bem abaixo em frequência e a guitarra de Pat fazendo o seu melhor para tirar da gama média destas belas colunas tudo aquilo que elas podem demonstrar.

Diptyque DP140MK2_6_LR

É difícil resistir ao efeito quase hipnótico da luz a passar através das membranas das Diptyque.

Na faixa Forward, interpretada por Beyoncé e James Blake temos níveis tremendos de graves no início e no final, daqueles de fazerem mesmo abanar quer as colunas quer tudo o que está na sala. Pois as DP 140 Mk II portaram-se de maneira irrepreensível mantendo-se imperturbáveis perante uma tal avalanche de energia, como se não fosse nada com elas e, ao mesmo tempo, foi interessante constatar uma vez mais que a minha sala de audição muito boas características acústicas, não reforçando nem atenuando nada nos graves, antes deixando que eles me fossem apresentados como intensos e bem profundos, mas bem limpos.
O último álbum dos Stones, Hackney Diadmonds, é uma verdadeira pérola, talvez o melhor disco de sempre e que faz jus ao velho ditado sobre o vinho do Porto – quanto mais velhos, melhores. E fez também jus às Diptyque pois pô-las a dançar ali na minha frente ao som de um rock que tem muito dos velhos tempos, consegui mesmo detectar vários acordes utilizados há muitos anos noutras músicas, mas ostenta ao mesmo tempo uma sabedoria resultado de um saber de experiência feito que, longe de nos trazer nostalgia, traz os Stones até nós como se provenientes de um tempo passado mas tendo aprendido muito nessa viagem através do tempo, inclusive a não colocar o álbum no YouTube, algo que pode trazer muitas visualizações mas queima rapidamente uma boa obra através da voragem do tempo. E o solo / lead na primeira faixa do disco diz logo tudo: não há rock and roll de velhos, ou há ou não há e se já não se consegue mostrar aquilo que se vale então o melhor é desaparecer do palco. Pois Keith e os seus companheiros pura e simplesmente lançam explosões de energia através das Diptyque que fazem um enorme contraponto com as audições calmas, serenas, de timbre bonitos até mais não e de uma imagem espacial soberba, a que procedi com outros tipos de música. Angry, muito em especial, tem evidentes ligações (pelo menos para mim) como Honky Tonk Woman, com a voz de Mick Jagger a soar como ele fosse um jovem dos anos 70, talvez mais um dos milagres das Diptyque, e tal como aquela, é uma das músicas que apetece ouvir alto, mesmo sem pedir previamente licença aos vizinhos. E as colunas acompanham esse gozo de audição, mantendo-se imperturbáveis perante a torrente energética sonora que delas sai e debitando graves como poucos painéis o conseguem fazer. Estas colunas sãos em dúvida «pau para toda a obra» e brilham com qualquer tipo de música que se lhes peça para «tocarem».

Diptyque DP140MK2_7

Conclusão

Depois de tudo o que está exarado até aqui, ser-me-á muito difícil ser mais encomiástico do que já fui: as DP 140 MkII são uma demonstração insofismável de que tudo aquilo que Gilles Douziech me disse e do que consta no site da marca são realidades plenas e não apenas palavras fáceis. Nunca ouvi a versão original das 140 mas testei não há muito tempo as 160 e mais uma vez fiquei quase sem palavras – não é fácil encontrar hoje em dia colunas de painel que atinjam níveis tão elevados de qualidade de reprodução em áreas que nalguns casos quase parecem ser opostas ou mesmo contraditórias: um grave quase telúrico, uma gama média bonita, mas sempre clara e expressiva, ou seja, que tanto nos mostra preto no branco o que é um instrumento de corda como reproduz com a maior verosimilhança um clarinete ou um trombone, e agudos que vão por aí acima de uma maneira perfeitamente equilibrada, sem estridências e sem soluções de descontinuidade. Fiquei agora com uma «pulga na orelha» para tentar perceber o que é as novas DP 160 MkII conseguirão fazer que estas 140 não façam já. Talvez uma maior sensação de escala, alvitro eu. Mas isso não são mais que lucubrações de quem já ouviu muita coisa e espera sempre descobrir algo de novo. Manias de crítico, como dirão alguns….


Colunas Diptyque DP 140 MkII
Preço                       14 800 €
Representante   Ultimate Audio Elite

Diptyque DP140MK2_8