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Tudo sobre a Hi-Res- Parte1

Tudo sobre a Hi-Res- Parte1

Miguel Marques

3 junho 2025

Afinal a alta resolução é mesmo alta ou nem por isso?


Introdução


Num artigo o mais completo possível, Miguel Marques aborda as intrincâncias dos formatos por vezes ditos de alta resolução na verdadeira acepção da palavra e explica de maneira bem clara os cuidados a ater quando da avaliação do que está realmente contido dentro de um «envelope» com um nome tão bonito lá escrito. Por razões ligadas a não tornar o tema maçudo e comprido «como a língua da sogra» (para os que ainda se lembram disso), temos aqui a primeira parte do artigo. A segunda será publicada em breve.


Streaming e alta resolução


Para todos aqueles que frequentam shows ou lojas de alta-fidelidade, tornou-se por demais evidente uma realidade: quase todas as demonstrações aos dias de hoje são feitas através de streaming - e tenho a sensação que a maioria dos audiófilos já aderiu também a essa realidade em sua casa. E se a praticidade do uso de streaming é inquestionável, existe ainda uma forte limitação, não apenas no uso do streaming mas também muitas vezes na compra de música online em formato FLAC: é raríssimo conseguirmos saber qual a origem da música - se foi usada a fita original ou outra, se houve ou não alguma conversão pelo caminho, se houve nova masterização e por quem, etc., informação que os CDs (e os vinis) raramente dispensam.

Foto 1 Alta resolucao 1

Inspirado pelo vídeo do canal Erin’s Audio Corner (link em baixo), e por uma sessão de alta-fidelidade que assisti recentemente onde se ouvia um excelente sistema e uma (má) versão do disco Grace de Jeff Buckley, em alta resolução, dei por mim a pensar que seria útil criar um pequeno guia para guiar audiófilos pelo mundo da música digital e tentar mostrar que justifica ainda, e muito, a compra de CDs e o uso de leitores dos mesmos ou de servidores com rips FLAC desses CDs - isto em companhia com o streaming, claro, não são modalidades mutuamente exclusivas.

Erin’s Audio Corner  

Comecemos então por uma primeira pergunta - a alta resolução, presente em inúmeros serviços de streaming e vendida por diversas lojas online, vale a pena? A intuição diz-nos que sim, mas a (irritante) resposta a esta pergunta é esta: depende. E depende de muitas coisas.

Foto 2 Alta resolucao 1

Assumindo que o DAC usado não tem nenhum problema com nenhuma sobreamostragem ou bit depth (o que é quase sempre o caso hoje em dia, mas não sempre…), as vantagens do uso de sobreamostragens mais altas não advêm de estas conterem mais informação (até porque o nosso ouvido não ouve frequências tão altas) - advém de permitir ao DAC usar um filtro mais suave. Citando um artigo da PS Audio: “By progressively increasing the sample rate, it allows you to use progressively more gentle anti-aliasing filters, whose phase errors may be less and less sonically intrusive.”

Purer, More Perfect Sound

Quanto ao bit depth, o headroom extra que 24 bits (ou mais) permite é muito útil quando se grava música ou quando se aplica DSP, mas não é tão relevante para a reprodução de música - o salto de gama dinâmica de 96 dB para 144 dB quando se passa de 16 bits para 24 bits dificilmente será ouvido nas condições em que escutamos música (e os DACs de hoje em dia nem sequer extraem os 24 bits, ficando geralmente mais perto de um valor entre 20 e 22 bits). Em jeito de conclusão, em teoria existem algumas vantagens no uso de alta resolução, na prática, e em todos os testes que fiz, essas diferenças não são tão relevantes como as que irei mencionar em seguida.

Foto 3 Alta resolucao 1

Muito mais do que alta resolução ou CD (que segue o famoso redbook), vinilo ou DSD, o que mais conta é mesmo a qualidade da gravação e da mistura e masterização que se seguem - um CD bem gravado e bem masterizado vai soar infinitamente melhor que uma versão em alta resolução mal gravada e / ou mal masterizada. E começa precisamente aqui o meu argumento, e é por isso que alguns audiófilos ainda se «agarram» ao CD, ao SACD ou ao vinilo - porque as masterizações são muito melhores (especialmente se estivermos a falar de música dita «comercial», passível de ser passada numa rádio). E porquê?

Algures pelos anos 90, os produtores de música começaram a perceber que música mais “alta” iria destacar-se mais na rádio e noutros meios e que isso levaria a mais vendas - se isso de facto é verdade, não sei, mas a verdade é que isso levou ao começo de um fenómeno comummente apelidado de ”loudness wars”, em que a música começou a ser produzida cada vez com mais compressão (chegando mesmo a entrar em clipping em alguns casos), o que reduz e muito a gama dinâmica. Dois excelentes exemplos de boa música e péssima produção são os discos Californication dos Red Hot Chilli Peppers e (What’s the Story) Morning Glory dos Oasis - que bem mereciam uma versão remasterizada em formato digital e em condições. Ao longo de boa parte dos anos 2000 muitos discos sofreram deste fenómeno, tendo aos poucos alguma normalidade regressado (mas não totalmente, infelizmente) - o artigo da Wikipédia em baixo faz um bom resumo da situação, para quem queira saber mais.

Loudness war

Ironicamente, o streaming veio «resolver» este problema - como, infelizmente, já quase ninguém ouve discos, quase todos os serviços de streaming aplicam normalização de volume (para que quando se ouvem playlists não haja saltos grandes volume entre as faixas), definindo metas de volume muito claras e, se os engenheiros decidirem lançar música mais alta, não retiram daí nenhuma vantagem, porque o serviço de streaming irá baixar esse mesmo volume - o que tem levado muita gente a dizer que as ”loudness wars” estão ganhas (não creio, mas veremos). No Tidal é possível ligar ou desligar a normalização do volume, mas o Qobuz não oferece essa opção - refira-se aqui que normalizar (e consequentemente reduzir, no caso de discos demasiado comprimidos) o volume não resolve o problema do excesso de compressão se o CD já estiver excessivamente comprimido, apenas retira o incentivo aos produtores de continuarem a produzir música com tanta compressão (embora possa resolver os problemas de clipping).

Foto 4 Alta Resolucao

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Conteúdo

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