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MoFi Electronics SourcePoint 10

MoFi Electronics SourcePoint 10

João Zeferino

28 novembro 2023

Andrew Jones did it again!


Audições

As audições decorreram nas instalações da Ultimate Audio Elite, com as colunas integradas num sistema composto por electrónica da Accuphase, nomeadamente o leitor de CD DP-450 e o amplificador integrado E-380. A cablagem era da Crystal Cable e as colunas foram ouvidas nos respectivos suportes.

Para a minha avaliação foram escutadas as seguintes obras:


• E. Grieg, Peer Gynt, Coro e orquestra sinfónica Gotemburgo, Neeme Yarvi, DG
• S. Rachmaninov, Danças Sinfónicas, Op. 45, Orquestra do Concertgebouw de Amesterdão, Vladimir Ashkenazy, Decca
• L. V. Beethoven, Conc. nº 2 para piano e orquestra em Si bemol maior, Op. 19, Maria João Pires, Orquestra Sinfónica de Londres, Bernard Haitink, LSO
• Dulce Pontes, Lágrimas, Movieplay Portuguesa
• Dire Straits, Love Over Gold, Vertigo
• Patricia Barber, Café Blue, Premonition Records
• Alan Parsons project, Eye in the Sky, Arista Records


Considero que as primeiras impressões são sempre importantes já que podem condicionar a nossa percepção do que vem a seguir. No caso das SourcePoint 10 as primeiras impressões que registei no meu caderno de apontamentos destacam uma gama média de notável abertura e claridade, capaz de um trabalho excelente com todos os tipos de vozes.

Foto 4 MoFi Sourcepoint 10

Iniciei as audições com a escuta de um cd com excertos da música de cena Peer Gynt de Grieg, uma obra de grande vulto, escrita para grande orquestra, cantores solistas e coro sinfónico, sendo uma peça repleta de ritmos complexos, gradações dinâmicas imensas e de uma riqueza de timbres absolutamente notável quer pela variedade quer pela originalidade da escrita de Grieg. Uma das características que me prendeu a atenção tem a ver como a forma como as MoFi conseguiram preservar as relações dinâmicas, sugerindo uma notável verosimilhança com a música que se escuta na sala de concertos. Pela naturalidade, é certo, mas também pela desenvoltura do palco sonoro gerado, que me sugeriram de um modo muito convincente a presença daqueles músicos na própria sala de audições.

Rápidas e precisas, com uma excelente focagem e um óptimo nível de detalhe as SourcePoint 10 são capazes de uma desenvoltura e sentido de escala que desafia as suas próprias dimensões de caixa. No que se refere aos registos graves, o meu primeiro pensamento foi “rápidas e ágeis, embora algo tímidas e com uma extensão limitada. Aqui enganei-me redondamente. Após algum tempo de escuta percebe-se que a aparente falta de extensão mais não é do que a agilidade e exemplar articulação dos sons graves, que não exibe quaisquer vestígios de arrastamento ou falso empolamento. Ouça-se a bateria dos Dire Straits em Private Investigations ou o pedal da bateria no tema Nardis do álbum Café Blue da Patrícia Barber e percebe-se como as colunas vão de facto pelo menos até aos 42 Hz declarados, de um modo totalmente limpo, tonalmente lúcido e com uma incrível velocidade de resposta.

A gama média é muito limpa e subjectivamente isenta de distorção, timbricamente clara e muito envolvente, proporcionando um som coeso, controlado e informativo, em que as imagens sonoras são apresentadas com uma solidez incrível, num palco sonoro pleno de vida, expansivo, volumétrico e táctil, capaz de apresentar os elementos que constituem o acontecimento musical de uma forma transparente, focada e com notável ausência de esforço.

Foto 6 MoFi Sourcepoint 10

No 2º concerto para piano e orquestra de Beethoven, o piano surgiu com uma presença destacada e perfeitamente distinta da orquestra em termos espaciais, evidenciando um óptimo sentido de escala, tanto nos momentos mais intimistas do concerto como naqueles em que toda a orquestra toca a plenos pulmões, sendo que as SourcePoint 10 nunca se mostraram incomodadas quando chamadas a reproduzir efectivos orquestrais de grande dimensão, revelando a mesma competência com Beethoven ou com as complexidades electrónicas da música de Vangelis.

O tweeter cumpre na perfeição a sua função, integrando-se com a gama média de uma forma líquida, sem quaisquer fronteiras perceptíveis. O registo agudo comunga da limpidez da gama média, produzindo agudos extremamente suaves, claros no tom e de grande capacidade resolutiva. As características da directividade das SourcePoint 10 resultam numa curiosa característica que é o facto de as colunas soarem de forma quase igual mesmo quando não nos encontramos no ponto de escuta ideal. Uma ligeira alteração na tonalidade do agudo e é tudo, a imagem continua focada, o palco continua tridimensional e a focagem da imagem estéreo praticamente não sofre alteração. Umas colunas ideais para partilhar audições.

Foto 5 MoFi Sourcepoint 10

Conclusão

As SourcePoint 10 (e também as SourcePoint 8) são a mais recente proposta de um projectista que não sabe fazer mal. Por um preço a rondar os 5 000 € são umas colunas muito difíceis de igualar e ainda mais de bater. Ainda que o design vintage de caixote quadradão possa não agradar a todos, a performance sonora que se obtém é de primeiríssima linha, numas colunas fáceis de conduzir e de instalar em qualquer sala de estar. Andrew Jones did it again!.


Especificações técnicas


Tipo de Caixa2 Vias, bass-reflex
AltifalanteUnidade concêntrica com 10 polegadas, tweeter de
cúpula macia com 1,25 polegadas
Resposta em frequência42 Hz-30 kHz
Impedância nominal8 Ohm, 6,2 Ohm mínimo
Sensibilidade91dB/W/m
Frequência de corte1,6 kHz
Potência mínima recomendada30 W
Potência máxima admissível200 W
Dimensões368x572x422 mm (LxAxC) com grelha
Peso21 kg
Preço  Colunas   4 999 €
            Suportes   599 €
Representante    Ultimate Audio Elite