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Magico A3 - teste completo

Magico A3 - teste completo

João Zeferino

23 fevereiro 2022

Welcome to the dark side


Audições

As Magico A3 foram instaladas sensivelmente no mesmo local onde costumam estar as minhas colunas residentes, tendo ficado a cerca de 70 cm da parede posterior, 40 cm das paredes laterais e foram apontadas quase directamente à posição de audição, de tal modo que a partir do ponto de escuta não eram visíveis as faces laterais. O ângulo de inclinação provoca uma sensível alteração no equilíbrio tonal das colunas, apresentando um registo agudo mais vivo quando directamente apontadas ao local de escuta e mais discreto à medida que se abre o ângulo de escuta.

O sistema complementar foi o habitual, que compreende o amplificador Gryphon Diablo 300, leitor de CD’s C.E.C. TL-5, servidor/streamer Aurender ACS10 com conversor D/A Auralic Vega G2.1, o gira-discos Project Xtension 10 Evolution com célula de leitura Hana ML e prévio de phono Elac PPA-2. A cablagem incluiu os cabos digitais AudioQuest Carbon USB e Nordost Blue Heaven SPDIF, enquanto na interligação analógica estiveram os Kimber Select KS-1121 e nas colunas os Kimber Select KS-3033.

A sonoridade das Magico é bastante diferente do habitual e impressiona logo às primeiras audições. Uma das particularidades que mais se destaca é o registo grave inacreditável que elas são capazes de produzir e que parece impossível de ser gerado por umas caixas tão maneirinhas. Simultaneamente encorpado e envolvente, mas sempre muito bem articulado e notavelmente tenso, são características consentâneas com o design de caixa selada, mas sem a habitual timidez em termos de extensão ou impacto que por vezes as caixas seladas apresentam. Muito pelo contrário, o grave das A3 é tão extenso quanto o espectável de uma caixa destas dimensões; dando credibilidade às especificações técnicas que indicam uma resposta em frequência de 22 Hz a 50 kHz, a verdade é que o que se ouve é um grave potente, visceral, capaz de se fazer sentir fisicamente e que contribui para proporcionar à reprodução sonora uma escala imponente que não é nada habitual em colunas destas dimensões.

Esta excelente resposta no registo grave acaba por ter consequências ao nível da sensibilidade das colunas. O valor de 88 dB pareceu-me algo optimista, já que as A3 se mostraram bastante gulosas por potência, o que me obrigou a aumentar o volume no amplificador entre 2 e 3 dB, para obter a mesma pressão sonora que obtenho com as B&W 802D3, o que acaba por estar de acordo com o especificado.

A gama média caracteriza-se por uma neutralidade e ausência de quaisquer resquícios de agressividade o que, em conjunto com a capacidade para tocar a altos volumes de som sem quaisquer efeitos de compressão, favorece o desenvolvimento de um palco sonoro tridimensional e de impressionante escala, onde os diversos naipes de uma orquestra podem ser facilmente apontados. A transparência é um dos pontos fortes destas colunas, isto apesar do timbre ligeiramente escuro que se manifesta devido a um certo retraimento do registo agudo mais extremo, o qual se apresenta no mesmo plano e perfeitamente alinhado com os registos médios, dotando as colunas de uma sonoridade absolutamente coerente e sóbria, isenta de quaisquer excessos de exuberância.

O conjunto dos registos médios e agudo apresenta-se sempre neutro, logo muito revelador do que a electrónica e as gravações a montante lhes entregam, sempre com um requinte e uma ausência de efeitos agrestes que são apanágio das boas implementações de cúpulas de berílio, em que o detalhe e a resolução apresentados estão a um nível muito alto mas sem se exibirem de forma gratuita.

Magico A3_6

O registo agudo proporcionado pelo tweeter de berílio possui uma excelente extensão, ainda que o modo como está integrado de um modo quase perfeito com a unidade de médias frequências, acabe por soar como se de uma única unidade se tratasse, com uma muito invulgar coerência e uma textura extremamente cativante, que contribui para a sensação de uma notável coerência sonora do todo, desde os registos mais graves até ao extremo agudo do espectro de frequências.

Essa capacidade para revelar texturas e as subtilezas de uma gravação, aliado à forma dinâmica como respondem às exigências da música, acaba por tornar as audições de discos que nos são familiares como verdadeiras descobertas, é como se estivéssemos a ouvir novas gravações tal a riqueza sonora que se desvenda perante os nossos ouvidos. A audição do 1º acto de A Valquíria de Richard Wagner (Peter Hofmann - Matti Salminen - Jeannine Altmeyer, Orquestra do festival de Bayreuth, Pierre Boulez – Philips) foi um desses casos. Uma gravação que conheço há bastantes anos, mas que ouvi com um renovado prazer e genuíno envolvimento emocional como muito poucas vezes aconteceu nos últimos anos. E se dúvidas subsistissem bastou a audição da 9ª sinfonia de Mahler (Orquestra da Rádio de Frankfurt, Eliahu Inbal – Denon) para as dissipar. A forma dinâmica, belissimamente texturada e finamente detalhada como a orquestra se nos apresenta confirmou as primeiras impressões e deixou-me plenamente convencido do talento das Magico A3 para reproduzirem música em toda a acessão da palavra.

Conclusão

As A3 nasceram do objectivo de construir umas colunas merecedoras de ostentarem a insígnia Magico mas com um limite de preço de venda bem definido. Ainda que, entretanto, esse preço tenha naturalmente sofrido actualizações, as A3 continuam a apresentar-se como umas colunas excepcionais do ponto vista da relação qualidade / custo. A forte impressão que me deixaram não será esquecida tão cedo, tendo ficado plenamente convencido que numa futura actualização de colunas para o meu sistema de som as Magico terão obrigatoriamente um lugar cimeiro na lista de opções a considerar.

Preço: 16 900,00 €
Representante: Imacustica – Telef.: 216063393 / 225 194 180
Web: Imacustica