Rotel Michi X3 S2

João Zeferino

14 junho 2025

Uma aposta ganha

Introdução

Passaram-se cinco anos desde que tive a oportunidade de me debruçar sobre uma amplificação da então recém-lançada marca Michi. Foi uma aposta da Rotel relançar um nome que era sinónimo de High-End Audio desde os anos 90 do século XX, e uma demonstração do melhor que a casa japonesa sabia e podia produzir. Em 2020, para além do conjunto de topo Michi P5 e monoblocos M8, a colecção de componentes comercializados sob a marca Michi incluía ainda o amplificador de potência S5, bem como os integrados X3 e X5.

No mundo do áudio e, principalmente do áudio digital, cinco anos é muito tempo. Não admira que a marca tenha sentido necessidade de actualizar os seus modelos, tendo surgido assim as versões S2. É precisamente sobre a versão S2 do modelo de entrada na gama Michi, o amplificador integrado X3 que irei falar neste artigo.


Descrição


O Michi X3 S2 é o amplificador integrado de entrada na gama de componentes Michi. Dispõe de três entradas analógicas por fichas RCA, a que se junta uma balanceada via fichas XLR. Conta ainda com uma entrada phono, a qual, ao contrário do modelo X5 S2, aceita apenas cabeças do tipo MM. Por esta razão não tive possibilidade de testar a entrada de gira-discos, uma vez que utilizo habitualmente uma cabeça do tipo MC de baixo nível de saída. Existe também uma entrada USB-A prática para alimentar dispositivos externos, bem como duas saídas para subwoofer e saída de pré-amplificador, caso pretenda adicionar outro amplificador de potência e/ou subwoofers dedicados.

A faceta digital do X3 S2 é onde se verificam as maiores diferenças face ao modelo X3 original. A começar pelo conversor digital/analógico que é agora um ESS Sabre de oito canais de 32 bits/768 kHz, o ES9028PRO, que substitui o anterior chip de origem AKM. Para além desta alteração substancial, a Rotel procedeu ainda a melhorias nos circuitos de comutação e relógio de entrada digital do X3, o que permite ao X3 uma performance com fontes digitais a um nível bem acima do que o X3 original permitia. Em termos de conectividade, existem três entradas S/PDIF óticas e três coaxiais, suportando ficheiros até 24 bits/192 kHz, bem como uma entrada USB-B para dados PCM até 32 bits/384 kHz e DSD até 256 bits com DSD quádruplo até 11,2 MHz. Conta ainda com conectividade Bluetooth aptX HD e suporte para MQA (incluindo Studio), além de ser oficialmente testado pela Roon.

O painel frontal, realizado em vidro escuro, inclui apenas dois comutadores, fonte de sinal à esquerda e controlo de volume à direita, com um interruptor ao centro e uma saída jack de tamanho standard para auscultadores no lado direito. A parte central é dominada por um mostrador de grandes dimensões que permite um fácil acesso às funções de menu e, em funcionamento, fornece a informação sobre a fonte selecionada e o nível de volume. O Michi X3 S2 tem umas dimensões de 485x150x452 mm (LxAxP) e um peso de 28,9 kg.

Embora visualmente muito idêntico ao X3 original, a Rotel afirma ter procedido a uma série de actualizações de componentes também no circuito analógico e na fonte de alimentação, o que, em conjunto com o superior módulo de conversão D/A justificam o aumento de preço da anterior versão para a versão S2.

A fonte de alimentação é baseada num transformador toroidal blindado de alta corrente de 625 VA, personalizado e construído à medida, alimentando um banco de quatro condensadores de alta eficiência e baixa ESR, num total de 60.000 µF (15.000 µF cada). Os transístores de saída são dez pares (cinco por canal) de transístores bipolares de alta corrente de origem Sanken. Em termos de potência, o X3 S2 oferece 200 W de potência de Classe AB a 8 Ohm, aumentando para 350 W a 4 Ohm.

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