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Eversolo A6 e A6 Master Edition Gen 2

Eversolo A6 e A6 Master Edition Gen 2

Miguel Marques

21 maio 2025

Dois «irmãos» que se dão muito bem, o que não acontece em todas as famílias.


You can find the English version of this review at Eversolo A6 and A6 Master Edition Gen 2




Já aqui escrevi, e volto a fazê-lo, que poucas marcas entraram no mercado da alta-fidelidade com a rapidez e a notoriedade que a Eversolo conseguiu - pertencer ao grupo Zidoo certamente terá ajudado, mas só isso não justifica o muito sucesso da marca chinesa. Se hoje se tornou comum vermos streamers com ecrãs grandes e coloridos, isso deve-se em muito à Eversolo e à necessidade que a concorrência sentiu de acompanhar esta marca. Os dois primeiros produtos que a empresa apresentou, em 2023, foram o A6 e, posteriormente, o A6 Master Edition - que conta com melhores Ampops (os OPA1612A) e relógios no seu circuito, entre outras melhorias de componentes. E chegaram-me agora ambos às mãos, mas na nova gama Gen 2 - que conta desta vez com um transformador e fonte de alimentação lineares, substituindo a antiga fonte comutada, entradas ARC/eARC para televisão, modo WOL (permitindo ligar o Eversolo pela App) e trigger mode. Para além disso, as actualizações de firmware da Eversolo têm sido tão regulares e relevantes, que este é um produto completamente diferente do que testei em Agosto de 2023, quando escrevi o meu primeiro artigo.

Foto 1 A6_A6 Master Edition


Um dos primeiros desafios em relação a estes componentes é meramente perceber o (muito) que fazem: streamer com DAC (dois chips Sabre, os ES9038Q2M), transporte digital (com saídas óptica, coaxial, HDMI multi-canal e USB), DAC (entradas óptica, coaxial, USB e ARC/eARC, com uma interface áudio XMOS) e servidor (com espaço para um disco SSD) - contando ainda com saídas analógicas RCA e XLR (sendo o circuito de saída XLR completamente balanceado). Como streamer contamos com os protocolos externos Roon Ready, Tidal Connect, Spotify Connect, UPNP/DLNA e Qobuz Connect (acabadinho de sair do modo Beta), e com os serviços nativos (através da aplicação Eversolo Control) Tidal, Qobuz, Amazon Music, entre muitos outros - sendo ainda possível aceder a ficheiros por UPnP, Web DAV, NFS, SMB ou em nuvem/servidores Jellyfin, Emby, PLEX, Onedrive ou Dropbox. Seria mais rápido (e fácil) escrever o que o Eversolo não faz!

Foto 2 A6_A6 Master Edition

De um ponto vista de design, e tendo em conta a gama de preço em que estes produtos se encontram, os Eversolo são imbatíveis - construção toda em alumínio, com um display maravilhoso, onde é possível termos metadata sobre a música que estamos a ver, vuímetros, entre várias outras opções (com a edição Master a permitir escolher a cor do LED que envolve o botão de volume e, já agora, com versão em branco e em preto). Diga-se aliás que quem acha que as empresas, aos dias de hoje, produzem na China por ser barato, está completamente enganado - os chineses são um portento tecnológico, com mão-de-obra especializadíssima, e estão a dar cartas em muitas indústrias, e não apenas na alta-fidelidade (se não acreditar em mim, é só ouvir as muitas declarações de Tim Cook, CEO da Apple, sobre o assunto).

Como disse em cima, uma das características que a mim, que sigo a marca nas redes sociais desde o início, mais me agrada na Eversolo, são as constantes e relevantes actualizações que fazem aos seus produtos - não havendo nenhum risco dos produtos se desactualizarem. Prova disso é ter sido das primeiras marcas a incluir Qobuz Connect (Beta) nos seus produtos, o acrescento de DSP em forma de software (já lá vamos) ou de Apple Music nativa e ainda a rápida correcção de pequenas (e inevitáveis) falhas nos seus produtos - quando testei o A6 original em 2023, referi à Eversolo que a implementação da marca do protocolo UPNP/DLNA não era gapless, tendo até indicado como poderia ser resolvido o problema e a Eversolo resolveu esse problema na actualização seguinte; já este ano, quando testei o A10, indiquei à marca que a última faixa ficava a tocar ininterruptamente, também no protocolo UPNP, e isso foi novamente corrigido na actualização seguinte… A Eversolo é então uma marca atenta, que ouve os comentários que se fazem e que os corrige – algo que é mais raro do que se possa pensar, nesta indústria.

Foto 3 A6_A6 Master Edition

Tendo em conta que, apesar de algumas alterações relevantes nesta Gen 2, a Eversolo não mexeu nos preços dos A6, para quem vá comprar um Eversolo novo aos dias de hoje, não faz sentido considerar os Gen 1. Para além disso, as melhorias na fonte de alimentação e a inclusão de entrada ARC justificam, na minha opinião, a escolha da Gen 2. Aliás, em relação à fonte de alimentação, e sabendo que algumas marcas de topo conseguem maravilhas com fontes comutadas, creio que, em geral, os transformadores lineares oferecem ainda melhor performance nos produtos mais acessíveis, e parece-me que a diferença sonora significativa que notei da primeira para a segunda geração destes Eversolo se deve acima de tudo a isso.

Foram então feitas audições extensas com ambos os produtos, passando por muitos discos e muitos estilos de música, que desta vez não referirei, para não tornar este texto demasiado longo. Ambos os streamers foram acompanhados por um Electrocompaniet ECI 80D e umas KEF LS50, versão original, e de ficheiros FLAC a correr num NAS, com o MinimServer instalado. Para simplificação, de agora em diante o A6 será referido como A6, e o A6 Master Edition como A6 ME.

O DSP



Esta é uma das grandes armas destes dois A6, permitindo aos utilizadores destes produtos o acesso a igualização (gráfica e paramétrica, em estéreo, sendo possível igualizar o lado esquerdo e o lado direito de forma independente) e um (excelente) Eversolo Volume Control (EVC), que, felizmente, indica o seu volume em decibéis negativos e funciona numa escala linear. Bem sei os muitos pruridos que tantos audiófilos têm em relação a estas ferramentas, mas ambas são muito úteis e espero que mais marcas as incluam no futuro.

No domínio da equalização, os A6 funcionam de forma diferente dos seus “irmãos” mais velhos, o A8 e o A10, que recorrem a DSP sobre a forma de hardware nas suas saídas analógicas, o que, infelizmente, obriga ao uso de resampling para 48 kHz de todas as frequências de amostragem. Já o A6 e o A6 ME usam a equalização por software, não havendo nenhuma reamostragem até aos 192 kHz, sendo ainda possível, externamente, aumentar os bits e assim a transparência destas operações - ao usar o MinimServer com estes A6, converti os meus FLAC para WAV 32bits, mantendo a frequência de amostragem original (a minha colecção não ultrapassa os 192 kHz), o que aumentou consideravelmente a qualidade do DSP, agora a operar a 32 bits. Um outro pormenor sobre a igualização: os Eversolo são o primeiro produto que experimentei em que, quando se mudam parâmetros na equalização, a música não pára e a aplicação dessa mudança é incrivelmente rápida (meio segundo, diria). Em todos os outros que experimentei até hoje, como o Roon ou os Auralic, quando se introduzem alterações na igualização existe uma interrupção de som de um ou dois segundos, mas tal não se passa nos Eversolo… O próprio menu da igualização pode ser obtido muito rapidamente no menu now playing e a sua edição é muito simples e visualmente irrepreensível. Fica ainda uma nota final para referir que não é possível, actualmente, aplicar igualização às entradas digitais, somente ao ”internal player” da Eversolo.

Foto 7 A6_A6 Master Edition


Por fim, o EVC, que apenas é usado quando se usa os A6 como transporte digital (nas saídas analógicas o controle de volume usado é o da DAC Sabre, que opera nativamente a 32 bit e é muito transparente), uma excelente criação da marca chinesa. Não sendo possível usar o controlo de volume do DAC na saída digital (nos DACs, o controle de volume é aplicado já depois de uma primeira conversão, o que torna incompatível o uso do controlo de volume com uma saída digital bit perfect), a Eversolo “criou” este EVC, que permite fazer atenuação digital antes de um DAC externo - e muitos DACs, mesmo de topo, têm filtros que fazem clipping a 0 dBFS, sendo uma excelente ideia uma ligeira atenuação prévia, de cerca de -3 dB. Parafraseando o site da Eversolo, o EVC “utiliza um algoritmo exclusivo que ajusta o volume de forma a minimizar distorções e manter a forma do sinal original, mesmo com níveis de volume baixos. Isso garante que o DAC (Digital-to-Analog Converter) receba um sinal de áudio mais completo e preciso, contribuindo para uma qualidade sonora superior.” Na prática, achei o EVC muito transparente e muito útil, e se usar o A6 ou o A6 ME como transporte, experimente atenuar o sinal em -3 dB, e veja se nota diferenças.

O A6 Gen 2 como streamer

Existem sempre várias formas de analisar um produto, cada cliente tem necessidades específicas e é preciso ter tudo isso em conta. Para quem use apenas protocolos externos ou tenha um uso mais purista, as muitas funcionalidades do A6 são irrelevantes e a coisa resume-se pura e simplesmente a prestação sonora - que o A6 cumpre na perfeição, com graves sólidos, agudos bastante abertos e detalhados, médios muito neutros, uma resposta rápida e linear e muito boas dinâmicas para o segmento: foi sempre…sempre, um prazer ouvir música no A6, mesmo ao longo de muitas horas. Neste critério de que estamos a falar (qualidade de som) existem outras boas marcas no mercado, já tive a sorte de experimentar algumas, e a escolha final dependerá mais de uma questão de gosto pessoal do que de outra coisa qualquer, e recomenda-se sempre que os potenciais interessados oiçam e decidam por si, com a ajuda dos lojistas.

Foto 6 A6_A6 Master Edition

Mas onde o A6 se distingue, e muito, da concorrência, é no design, e, acima de tudo, nas inúmeras funcionalidades - nenhum outro streamer no mercado, nesta gama de preço, faz tanta coisa e tem tantas funcionalidades, ponto final. E, se estas funcionalidades extra (servidor, transporte digital, entrada ARC, saída completamente balanceada, DSP, excelente software, etc..) são relevantes para o leitor, o A6 representa então uma proposta de valor imbatível. Aliás, como veremos no ponto a seguir, o A6 é também um fantástico transporte digital (e servidor), e se no futuro algum cliente quiser investir num DAC mais evoluído, pode (e deve) manter o A6 nessas novas funções, não perdendo assim o valor do seu investimento.


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  • Eversolo A6 e A6 Master Edition Gen 2 Miguel Marques
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