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Mesas Pagode em comparação

Mesas Pagode em comparação

Miguel Marques

19 abril 2025

Ter ou não preconceitos, eis a questão


Desde que li o livro ”Thinking, Fast and Slow”, do psicólogo israelo-americano Daniel Kahneman (vivamente recomendado), que os bias / preconceitos do nosso cérebro me interessam. Um dos preconceitos mais famosos é chamado de confirmation bias, que significa, de forma simplista, que interpretamos o mundo que nos rodeia de forma a confirmarmos aquilo em que já acreditamos previamente - e este fenómeno pode ser observado em muitas áreas da nossa vida, como a política e o futebol, mas também na alta-fidelidade, onde muitas vezes o poder da sugestão se impõe. Se acreditarmos previamente que algo vai influenciar o som, a probabilidade de «ouvirmos» essa influência é muito mais alta. Mas o contrário também acontece, não ouvirmos uma alteração de som porque estamos convencidos que o que alterámos não irá ter efeito, e isso é especialmente importante de relembrar numa altura em que a alta-fidelidade começa a ter muitos objectivistas - se mede igual, soa igual, se mede melhor, soa melhor, etc..

Foto 1 Finite Elemente

Foi portanto, num difícil equilíbrio entre mente aberta e espírito crítico, que me desloquei uma manhã à Ajasom para conhecer a Finite Elemente, empresa alemã dirigida por Luís Fernandes, um português radicado nesse país. Esta empresa, que «rouba» o seu nome à engenharia mecânica, foi fundada em 1996 e tem como objectivo construir produtos que reduzam fortemente a influências das vibrações e ressonâncias indesejadas nos racks de um sistema de alta-fidelidade, mantendo ao mesmo tempo um design muito bonito e que não irá decerto levar a disputas domésticas (este aspecto poderá não parecer tão inovador ou relevante hoje, mas a escassez de produtos de alta-fidelidade minimamente agradáveis ao olhar nos anos noventa era gritante). Aliás, o conhecimento da marca alemã sobre racks / mesas, vibrações e ressonâncias tornou-se tão profundo que granjeou até uma colaboração com a Universidade de Dortmund, e tem levado ao uso de materiais como favo de mel, o bordo canadiano (melhor que o europeu, segundo Luís Fernandes) ou o carbono.

Foto 2 Finite Elemente

Foram então feitos alguns testes, com um sistema Hegel composto pelo leitor de CDs Viking, o pré-amplificador P30A e o amplificador de potência H30A, acompanhado por umas PCM Prophecy 9, acabadinhas de sair. Antes de me debruçar sobre o teste, gostaria de reflectir um pouco sobre o impacto profundo, e tantas vezes negligenciado, que a sala tem no som de um sistema - tinha ouvido este mesmo sistema (acrescentado de um transporte da Hi-Fi Rose e da nova DAC da Hegel) brevemente no Hi-Fi Show, numa sala (naturalmente) sem qualquer tratamento acústico, e a diferença de re-ouvir este mesmo conjunto na (acusticamente tratada) sala da Ajasom, foi da noite para o dia. Fica então a dica, tratem as vossas salas, audiófilos - tem um efeito muito mais profundo do que possam imaginar.

Foto 3 Finite Elemente

O teste constitui então em, mantendo os amplificadores Hegel fixos, mudar o leitor de CD entre as três mesas da Finite Elemente, ouvindo trechos de 45 segundos e tentando discernir se se ouvia alguma diferença ou não. Começámos pela Mesa 1 (Pagode Signature E12), seguida da Mesa 2 (Pagode Edition MKII HD02) e terminando na Mesa 3 (Mesa Pagode Carbon Edition HD02), em crescendo de qualidade. Todas as mesas tinham 3 prateleiras. A diferença foi mais imediata e perceptível do que esperava - só na troca da Mesa 1 para a Mesa 2 foi possível distinguir um som mais calmo, relaxado, um pouco mais de graves e palco, menos ruído de fundo, e, portanto maior clareza, e, acima de tudo, um som bastante mais «seco», com menos reverberação (como se adicionássemos mais tratamento acústico à sala). Aliás, esta diferença foi provavelmente mais evidente porque o tratamento da sala da Ajasom segue precisamente o modelo certo - tratar os problemas de som do espaço sem «matar» excessivamente a acústica do mesmo (e que muitos estúdios de música e audiófilos esquecem, tratando excessivamente a sala). Da Mesa 2 para a Mesa 3 a diferença foi acentuada em todos os factores que descrevi acima, mas chegando aqui a notar-se diferença em outros factores como transientes ou timbre dos instrumentos mais substancialmente mais nítidos - tudo isto passando ao longo da audição por vários CDs e por diversos estilos de música, da música coral ao flamenco, entre muitos outros.
É obviamente necessário realçar que não se trata de uma diferença absolutamente drástica (nem tal poderia acontecer), mas também não estamos a falar de algo leve ou subtil, é muito evidente o impacto sonoro que estes produtos tiveram no sistema, muito mais até do que eu esperava à partida. O teste foi repetido muitas vezes, com várias trocas entre mesas, e ouvi sempre os mesmos efeitos que descrevi acima - inclusive com a mera troca de prateleiras, essas diferenças foram notórias, o que também revela a muita transparência e fidelidade do sistema usado (e, já agora, fica aqui um pequeno aparte para referir que fiquei também agradavelmente surpreendido com o som das novas PMC Prophecy 9, especialmente tendo em conta que são bastante «acessíveis»). Este último ponto pode ser também relevante para clientes que já tenham mesas desta marca - em vez de investir numa nova, pode simplesmente investir em melhores prateleiras e dar assim um salto de qualidade de som, sem gastar tanto.

Foto 4 Finite Elemente

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