Matrix Audio mini-i 4

Miguel Marques

1 outubro 2023

Um exelente streamer e muito mais que isso

Introdução

Não há uma sem duas, e eis que me chega às mãos mais um streamer de uma marca   chinesa, desta vez a Matrix Audio e o seu míni-i 4 (existe mais uma versão, a pro, que acrescenta um amplificador de auscultadores). A Matrix Audio diferencia-se da maioria das restantes marcas chinesas de produtos digitais por ter conseguido atingir um segmento de preço elevado, ao nível de muitas marcas reputadas do sector - o que é raro (não é, no entanto, o caso deste recém-lançado produto que aqui analiso, que se encontra à venda a um preço acessível). Foi também uma das primeiras marcas a cavalgar a onda das medições irrepreensíveis do já famoso Audio Science Review.

https://www.audiosciencereview.com/forum/index.php?reviews/

Começando, brevemente, pelas suas características - é um streamer/dac all in one, mas sem saídas digitais (portanto, não pode ser ligado a um DAC externo apenas como transportador digital). Como DAC tem duas particularidade raras: uma entrada HDMI ARC, o que é, para o meu conhecimento, a primeira vez nesta gama de preços - o que permite retirar o som de uma televisão a uma qualidade superior à da saída óptica (assumindo que a televisão tem uma saída HDMI ARC, claro); e mostrar o bit depth da música a ser tocada no ecrã e na App, o que também é (infelizmente) raro. O controlo remoto é opcional e o volume (infelizmente) é atenuado numa escala de 0 a 100, cabendo ao utilizador “adivinhar” quantos decibéis está a atenuar.

Para começar, foram feitos alguns testes simples, apenas para confirmar que tudo funciona como suposto. O setup inicial foi muito rápido e simples, mas chama-se aqui a atenção para o facto de este produto não ter funcionalidade sem fios, terá mesmo de ter disponível uma ligação Ethernet - o que, de qualquer forma, seria sempre recomendável (mas fica o aviso). A parte de DAC foi testada pela entrada USB com um portátil e tudo funcionou como seria suposto. Como de costume existem nos chips ESS vários filtros digitais disponíveis e, como de costume, soam todos mais parecidos que diferentes - todos diferentes, todos iguais, portanto.

A App é simples e funcional mas não deslumbra - nem visualmente nem nas funcionalidades. É sempre um assunto difícil para as marcas destes produtos - o sofware exige muitas horas (e muitos custos) e cada vez mais pessoas (como eu) usam protocolos externos, o que torna a App irrelevante. De qualquer forma, creio que podia ter sido feito um pouco melhor, especialmente a nível visual - fica, por exemplo, a sensação que a App está visualmente optimizada para smartphones e que a versão tablet é apenas uma versão ampliada e com muito pouco sentido visual da mesma aplicação. Não parece ser possível, em ambiente Android, por exemplo, usar a App em modo landscape, embora pareça ser possível na versão para iPad (é aliás também comum as Apps destes produtos serem superiores em ambiente Apple, mas não tive como testar). De qualquer forma, não encontrei absolutamente nenhum problema na sua utilização - fiz login no Tidal e ouvi música através tanto de rádio como de um NAS externo, e tudo funcionou como era suposto, simples e rápido.

Quanto aos protocolos externos, as más notícias são que o Roon Ready ainda não está disponível, ficando a promessa para futuros updates. A boa notícia é que o protocolo UPNP/DLNA é gapless, e funciona na perfeição - o Foobar através de um portátil Windows e o Symfonium através de um tablet Android foram portanto a base deste teste, com os meus próprios ficheiros. O protocolo Tidal Connect funcionou na perfeição também, no pequeno teste que efectuei e assumo que também não haja nenhum problema com o AirPlay da Apple nem com o uso interno de Qobuz.  Uma última nota para o cada vez maior cuidado destas marcas com a parte estética; a caixa do streamer é muito bonita e parece acabada de forma meticulosa - enquadrar-se-á muito bem em qualquer sistema, visualmente.

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